Identificar indivíduos com inflamação aguda ou crônica e concomitante deficiência de ferro é um desafio.
Durante a resposta do corpo à infecção, inflamação ou malignidade, a disponibilidade de ferro é limitada a fim de privar os patógenos desse nutriente, uma ação que envolve a hepcidina.
O fato da ferritina ser uma proteína de fase aguda, que se eleva na resposta de fase aguda à infecção ou inflamação, bem como na doença hepática, sem representar um aumento nos estoques de ferro, é uma fator complicador.
Recente revisão comparou a ferritina sérica com a concentração de ferro na medula óssea, tanto em indivíduos saudáveis quanto em portadores de inflamação crônica, quando ficou demonstrada uma concentração média de ferritina de 82,43 μg/L naqueles com deficiência de ferro e concomitante doença inflamatória.
Nos deficientes de ferro sem inflamação a concentração média foi de 15,1 μg/L.
Tem sido recomendada suplementação de ferro em diferentes concentrações de ferritina de acordo com a patologia.
Na insuficiência cardíaca crônica a reposição de ferro é indicada em pacientes sintomáticos com ferritina <100 μg/L ou entre 100 e 300 μg / L com um saturação da transferrina (TSAT) < 20%.
Na IRC crônica e anemia, é sugerido para pacientes com ferritina ≤500 μg / L e TSAT≤30%.
Em pacientes com malignidade há deficiência de ferro absoluta com ferritina < 100 μg / L e deficiência de ferro funcional com ferritina >100 μg / L e TSAT <20%.